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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Emissários

Dias destes, o outono, com seu jeito ímpar (e que me encanta) trouxe emissários para fazerem-me sorrir. O tempo, para muitos frio, não me afetava da mesma forma. Aproveite o período de pausa no trabalho para andar nessa tarde de outono. As folhas caíam das árvores tinham tantos significados, mas, para mim, o cair das folhas mostra a reinvenção, a mudança para voltarmos ao melhor de nós. Caminhava sem blusa, e, sentindo a força forte do vento que vinha na direção contrária, assim como Caetano Veloso. Lembrei-me das caminhadas sem rumo onde Alegria e Felicidade andavam de mãos dadas ou quando dissipavam quaisquer resquício de frio com os batimentos acelerados do coração, resultado das duas almas que formavam uma só. No rosto, lembrei do beijo doce, o toque das mãos que acalentavam o maior dos problemas. Involuntariamente sorri por segundos, o que assustou as pessoas na rua, pois sorrir é algo raro. Logo em seguida, na volta da caminhada, veio a garoa, que, como sempre o faz, embaçou meus óculos. Lembro que ela me mandava tirá-los, mas eles (os óculos) fazem parte de mim, como uma espécie de simbiose. As gotículas da garoa traziam com o vento o arrepio que não sentia quando com ela andava. Sorri novamente, pois a saudade não doe como dizem, quando o amor habita. Dentre tantos emissários os do outono aqueceram meu coração que agora tudo entende.

Sobre amores, vitória-régia e a flor-de-lótus

Casamentos me emocionam. É lindo, nos dias de hoje, pessoas dizerem uns aos outros que lutarão e se respeitarão por uma relação por todo o sempre me toca, ainda mais na sociedade líquida, onde tudo é efêmero. Antes de falar do casamento, vamos para a lenda que me inspirou, além da união eu vira: caso não saibam, a lenda indígena diz que as índias viam a lua como o belo, audacioso e forte. Lembrando que nossos povos originários não tinham tanto essa noção de sexualidade. Voltando, em uma noite de luar, Naiá, uma das tantas índias que sonhava em ser a conquistadora e assim se tornar uma estrela no céu e ficar ao lado de seu amado, Naiá vendo a beleza refletida no rio, jogou-se e morreu no fundo do rio. A Lua, com pesar pelo o que aconteceu, transformou Naiá em uma linda e grande flor, que hoje conhecemos como vitória-régia. Em noite de luar, Naiá abre as as pétalas como abria seu coração para receber os raios de luz de seu amado. Depois de conhecer essa lenda, lembrei-me do casamento, pois a flor-de-lótus se fez presente no pedido de casamento, e isso ficou em minha mente e aqui está em linhas. Não fui Naiá, mas a felicidade que transbordava naquela tarde do sim, trouxe-me mais próximo do céu. A escolha de todos os dias, como diz a canção, mesmo que nem sempre o luar apareça, o amor lá estará, como a flor-de-lótus. Uma a outra, ser a vitória-régia, proteger a flor-de-lótus, e também ser luar sempre me emociona ao lembrar. Ao sair de lá, ganhei uma platinha suculenta que a batizei de DanLari e ela está linda e sempre que a vejo, lembro da tarde de amores, flor-de-lótus e vitória-régia.