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domingo, 15 de novembro de 2015

Fortaleza das lamentações




São tantas, que é possível um muro ser feito
Muro não, muralha...  Lamentações

Ideias e ideais se misturam
Nelas a verdade existe? Sim, para quem acredita!
E quem não o faz se defende com
Ódio nos discursos proferidos
Excesso de falta de sentido
E o básico, o respeito, foi perdido.
E o mais “forte” cega e mantém a ditadura

A arma branca ou escura é apontada... Guerra santa ou fria
Fria por não haver mais sangue, não são humanos, muito menos animais.
Santa por ter deuses como motivação para tal

Vendem a ideia da compra desvairada
O apreço em baixa. O dinheiro em alta, para os “altos”
E lá se vão às engrenagens.  Isabel mentiu. Abolição? Quimera.
O produto agora tem vida, frequenta bares, lojas, come e bebe muito.
E se reinventa por fora, trocando de roupas e ornamentos.
Muita oferta e nenhuma procura
Tudo demais, mesmo sem valia

E quanto mais curtido e comentado
Cada vez o produto fica mais valorizado,
Mas o que fora curtido, curtido está.
Daí a já comentada reinvenção
Para assim vencer a luta diária da rede social
Status? Há algum remédio?


A fiança liberta
O que é rouba, defende e acusa
Outros fazem de escudo as sagradas escrituras
E para nós ?
Alunos tratados como detentos
Professores agredidos de todas as formas
O ensino privatizado e ditado por vestibulares
E como sonho: o AP, o carro
Mas para o pobre o sarro, a surra.
E a caverna com toda a estética e recursos de nosso tempo

Refugiados? Fechemos as fronteiras
O atentado a quem atende?
Com tantas guerras, certeza que os senhores das guerras vivem na paz
Seria a morte a melhor das saídas?

E assim as muralhas se transformam em fortaleza de lamentações
Mas verás apenas as que são belas para os olhos de todos
E excluem aquelas que patrocinam
Seletividade, maior ramo em atividade.
Em meio a tantas faltas, o problema é a falta de velocidade
O fechamento avenida, ou as vias que não são para os carros
É necessário passar depressa, afinal, tudo isso é um jogo.

Matamos rios, outros animais e florestas.
O que nos dá a ideia de superioridade?
Só aceito isso, se levarmos em conta a nossa criatividade, e,
Nosso amor verdadeiro pela atrocidade


É isso a vida?
Um jogo sem regras... Agonia
O coração clama por calmaria


Cal-------ma-------ri-----a

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Desertos

Alguns momentos da minha vida me vi só, não falo do convívio de pessoas, mas por não ter vida alguma por perto. Sei que parece estranho a maneira que falo, mas estava cercado de pessoas em que não conseguia encontrar vida nelas, por mais que elas tivessem.

Chamo esses períodos de deserto, pois precisava passar por ele sozinho, não haveria ajuda de ninguém, amigo nenhum por exemplo. O mais difícil foi reconhecer que estava nessa situação, muitas vezes tive que cair feio, ou na tempestade de areia viesse e me fizesse enxergar quão mal eu estava.

Depois de me reconhecer no deserto, comecei a ver os dias passarem devagar, nada adiantava, ficava desapontado em andar e nada além de nada eu ver. Por vezes aquele monte de areia ficava bonito, o sol não era tão ruim, eu estava cansado e acostumei-me com aquela situação. E o que dizer das miragens, tão lindas, e depois... Desespero.

O desespero parece não ter fim, o corpo apenas anda e morre todos os dias, assim como minha esperança. Até que a vida me ofertava doses de forças para seguir. Um pássaro, outras vezes vinha uma brisa leve que acalentava e animava-me e seguia meu caminho.

Perguntei-me se este era o caminho certo, chorei por não obter respostas e os montes de areia iam aumentando e ia ficando maiores pelo meu cansaço e a sensação de que nada fazia para melhorar o mundo que me cercava, amigos e parentes falavam, aconselhavam, mas não era o que precisava.

E de repente, no extremo do dia, no auge do calor e do meu cansaço, vi o oceano, pensei até que fosse mais uma miragem, mais um delírio. Corri, mesmo com o corpo extremamente cansado. E nos passos finais cai de joelhos, fiz uma prece e pedi forças para chegar... o corpo tremia e a respiração ofegante e o coração muito acelerado.

E alcancei a água, a sensação libertadora foi indescritível, recebi minhas respostas ali. Chegava ao fim à caminhada, o sal de meus olhos misturava-se com o do oceano, éramos um agora, eu era maior que deserto, era infinito. O fim do deserto se mostrou quando me tornei mar, me tornei infinito.
Depois de vencer esse, vieram outros desertos, maiores e mais cruéis, mas a sensação de ser infinito me levou e me leva para ir além do que posso imaginar.


Sim, os desertos todos têm fim, mas nascemos para sermos infinitos como o oceano.

Celso



Vi que fostes o mais belo dentre todos o que vi
Mesmo que andasse os quatro cantos
E voltasse as vidas que vivi

Em todos os prantos
Em toda a espera
Em minhas quimeras
Estava você, tão celso
Secando minhas lágrimas
Esperando-me tão perto

Do inesperado o mais certo

Febril

E no corpo febril, surge a dúvida
No corpo febril os delírios e medos se elevam,
E as certezas ficam longe

No corpo febril o calor inquietante
A cabeça está fraca, e nada ajuda
As febres da alma e do espírito sufocam

E os medos tomam conta
Medos do passado meu e seu
Medo das portas que deixamos abertas
Medo das portas que vamos abrir

Medos...
... E o corpo febril ferve
O suor desse consistente
Como gotas de sangue

Medo!
Medo!

E a voz que quase não grita,
E ninguém a ouve
Medo!
Morram todos vocês antes de mim


Febre revelando os maiores medos:
O medo do fim,
O medo do ontem,

E a incerteza do amanhã

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Carta ao meu caro amigo

Meu caro amigo, me perdoe, mas está difícil lhe fazer uma visita. A vida está um tanto corrida para nós, não é? Estudos e trabalhos e tantas outras coisas nos fragmentam e atrapalham de viver, vivemos em conta-gotas. Mas agora, lhe mando aqui por este app as notícias:
Dizem que aqui ainda se joga futebol, tivemos uma copa por aqui, acredita? Mas perdemos de sete!! Na verdade eles perderam, privatizaram a nossa seleção e nosso futebol. Nossos melhores estão na Europa, alguns até trocam de nacionalidade, tamanha a identificação com a nossa terra. Os clubes, estão falidos e nunca ganharam tanto dinheiro, mas já sabe... onde tem muita grana ...
Tem muito choro, mas não aquele choro carinhoso do Pixinguinha, mas o choro da mãe que teve seu filho assassinado por policiais. E dizem que vivemos livres, eu discordo.
O choro segue quando vemos que ainda se discutem questões como o homossexualismo, pode-se ver tanto ódio vindo das mentes intolerantes que julgam os gays da pior maneira possível, torturam e até matam. Isso sem falar no machismo e covardia dos homens, nós mulheres lutamos muito para diminuir a dívida que vocês têm conosco e aos poucos conquistamos as coisas. Não quis ofender meu caro amigo, sabe que tu és diferente quanto a isso. Mas tente me explicar o por quê de tanta intolerância?
A nossa música já foi muito melhor, é muito produto e pouca obra, e na literatura está assim também. Viva à indústria da “cultura”. Lamentável. Ouvir o rock’n roll só nos discos antigos e ler um bom livro, só recorrendo aos nossos grandes escritores marginalizados pela cultura dos Best-sellers.
Chover aqui até choveu, mas estamos quase sem água, mas não podemos culpar o governador e a empresa que “cuida” da água, ambos são maravilhosos e perfeitos. Caro amigo, a única chuva que não cessa é da manipulação, veja só, os professores estão protestando por melhores condições de trabalho e a mídia não fala não sei o motivo, e fazem o contrário, falam que estes são vagabundos. Os pais delegaram a escola o dever de educar os filhos e não de transmitir conhecimento e lhes dar a capacidade de pensar com mais criticidade sobre as coisas, famílias poucas existem. Não sei a cor, mas posso garantir que é uma cor escura o suficiente para fazer tantos virarem mais uma vez massa de manobra, tudo o que eles querem eles vendem, e a valia nas coisas é tão grande que as pessoas hoje são as marcas dos produtos que possuem. Peço ao Pai que me afaste de cálice de hipocrisia, falsa moral, falsas atitudes e sorrisos. Enfim, a unidade humana é a tônica de nossa sociedade, cada um defendendo aquilo que lhe beneficia, a humanidade só existe quando estamos nos transportes públicos.
A coisa tá preta mesmo, querem a volta de ditadura de forma explícita, como faz falta o saber da nossa história, que é triste desde o seu início. O alerta vermelho vem no aumento das contas, na alta dos remédios, combustível e até da nossa cervejinha sagrada. Lamentável
E ainda tem o sinal verde para os “irmãos” evangélicos, que agora estão no comando do país, só que a culpa foi depositada em todo um partido, meu caro amigo, como colocar culpa em pessoas que nem de perto de 515 anos?
Amigo, não quero lhe deixar bravo nem triste, apenas lhe transmito o que vejo aqui na terra de Vera, a cruz nós carregamos às vezes até mais de uma. Que eu carregue para ti esses sentimentos ruins, afinal estou acostumada a conviver com eles. Continuo a contar...
... como já não bastasse a cerveja o circo está mais caro agora, inventaram que agora você deve ser sócio torcedor para ver os gladiadores nas novas arenas, superfaturadas. Sim, estou falando do futebol que era do povo, que era algo mágico, agora está elitizado, gourmet, como dizem as pessoas os intelectuais. Mas uma coisa não muda, a proteção das organizadas pelos clubes.
E como aguentar tanta coisa ruim? O amor seria a solução, mas este é raro, tudo agora nem chega a ser efêmero, sentimento é quimera de poetisa. Hoje é tudo assim, superficial. Fotos para a autopromoção várias ## e fico com dó do nosso lindo idioma que sofre muito nas redes “sociais”. O que se vê é tudo de mais longe da realidade, uns sofrem demais outros sorriem demais, desconfio muito de tudo isso, e os que sofrem de verdade são os que menos demonstram, afinal, ninguém precisa saber.
Pensei em lhe ligar, mas a telefonia celular é uma porcaria, nem sempre temos sinal, e ainda dizem que vivemos sem fronteiras. Quis lhe enviar isso por correio, mas não sei se eles estão em greve. Criaram um modo antigreve amigo, vão terceirizar tudo por aqui, mais uma maneira de pagarem menos e de lavarem mais grana, e não poderemos mais lutar pelos nossos direitos pois perderemos os nossos jobs .
Mande um beijo para a sua família, para a namorada quase esposa toda a galera. Adeus!

Antônia Duarte.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Traduzida pela chuva

E as gotas caem do céu
Os olhos podem até estar as vendo
Mas são os olhos teus que ele encontra
No cair da chuva

Raios no céu
Raiou a estrela no coração meu
E do meu coração, para ti, os versos nasceram

A chuva será que veio para quantificar a saudade que sinto?
Os trovões seriam a minha raiva por não estar com você?

Não sei, só quero que a chuva embale seu sono, meu sono
E nossos versos