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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Ao amigo Gregor Samsa

Sim, amado Gregor, vejo-me na mesma proporção sua no que diz respeito ao esquecimento daqueles que não deveriam esquecer. Sinto-me estranho, parece que não estou em mim nesses dias. O que fazer?  Não sei, o ponto on-line que bato em meu serviço atormenta-me no dia de folga, e as dores nas costas me perturbam muito nesses últimos dias.

E o nada? Talvez seja eu, na imensa nulidade de pensar que posso ser infinito.

Querido Gregor, e as linhas? São vãs ou sãs? Quem sabe um dia ecoe em alguém, não sou fingidor, como o mestre era, sou vividor, tentei fingir e não deu certo. Alma e matéria precisam sentir. Gregor, de tantas janelas tento ver o sol no meio do céu azul, contemplo-o durante o caminho rotineiro do coletivo que vou ao trabalho. Pensei: “nosso mundo é lindo” embora eu pouco conhecera dele, imediatamente cheguei na conclusão de que não é preciso conhecer muito o mundo mas sim, viver o que te cerca.

Quis ir no azul do céu e andar por ele, como os peixes fazem no mar, certa vez ouvi que as estrelas descem do céu para irem para o mar e quis ser uma, mas no lugar do céu, olhar de cima o mundo todo, conhecer o Japão sem sair do lugar, trocar de turno com o sol, ver as incansáveis nuvens os satélites dos humanos e das vidas inteligentes, meteoros, buracos negros... o infinito.

Pensara que teria que ser infinito para ver tudo isso com a intensidade e a inteiridade que tais coisas necessitam, mas as estrelas morrem de tempos em tempos. Ser mortal nos dias de hoje é difícil, não fazemos o que queremos, reduziram nossa vida em quadrados de telas, janelas que não se abrem por inteiro.


E assim vou vivendo, meu caro amigo. Entre a sábia esperança, pois esta sabe quando aparecer e o pessimismo diário. Certa vez esqueci meu relógio e tive que me nortear pelo sol e a lua, senti meu braço mais leve, imaginei a angústia dos ponteiros que apontam para todo lado e não saem do lugar, lembrei de mim. Como o tempo é grande para caber no que convencionalizaram. 

E o tempo acabou no trabalho, e eu, ponteiro, voltei para casa, o relógio marcava 22:30. 

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